quarta-feira, novembro 10, 2004

Uma noite fria para esquecer

Chamada urgente. O poeta revirava-se com dores e nem a melodia que ouvia constantemente repetida em sua cabeça, aquela que o fazia adormecer e acordar cada vez com mais vontade de a passar da caneta para o papel e finalmente a musicar, o conseguia acalmar. Era mais um dia do infindável Inverno de 1995. Nada faria prever que aquela noite mágica iria terminar daquela maneira tão terrível. Talvez devido à orgia culinária do princípio das noite, algo A MAIS que o poeta ingeriu daquela infindável disposição gastronómica. Certo de que aquele seria mais um obstáculo que teria de passar ao longo da sua esperada longa estadia material. O grupo juntou-se todo em assembleia geral extraordinária de urgência para se ir certificando o avançar dos acontecimentos in loco. Os últimos pássaros da noite cruzavam-se com os primeiros pássaros da manhã, a boémia nocturna deixou escapar uma lágrima ao ter de partir sem ver o caso resolvido por bem. No nascer do dia houve choro e trovões retratando o desespero de todos os que partilhavam as suas vidas com o poeta. Por fim o céu clareou e os pequenos raios de luz penetraravam pelo olhar do poeta. Este, refeito da noite anterior, e pronto para outra, juntou-se ao resto do grupo para aprimorar mais uma obra prima. Eu sei o que se passou, também eu tenho dias assim...