Poeta praticante
Sou folha de Outono perdida numa noite de Março. Fiz-me poeta, na mão de um poema, de uma história de vida que me fez retorceder no tempo. Quando acordei era novamente criança e brincava inocentemente com os riscos que outrora alguém deixou escritos no vento. Memória de uma vida, transtorno de um momento, lágrima perdida, alegre pensamento. Se quis plantar uma arvore foi porque quis marcar num pedaço de terra a esperança de um futuro melhor. Se escrevi um livro foi porque quis fazer transbordar minha loucura num copo vazio, que sofre com passos pesados o pesadelo de um planeta podre. Se quis ter um filho foi porque acredito que o futuro vai cuidar bem dele. Agora, olhando para trás vejo a obra feita e posso dizer que estou realizado. Sabias que quando neva, meus olhos ficam maiores e a luz que teus olhos irradiam pode ser vista?
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